Quanto cabe de beleza e de riqueza na faixa de fronteiras do Brasil? Para responder a essa pergunta, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) produziu um vídeo destacando as particularidades que engrandecem esse ‘pedaço de chão’ da faixa fronteiriça, trazendo referências de Norte a Sul do País. O vídeo foi lançado durante o VII Seminário Fronteiras do Brasil, realizado de 18 a 20 de novembro.
As respostas vêm entrelaçadas à letra do Hino Nacional Brasileiro. ‘Cabem rios de margens plácidas e bosques que têm mais vida; cabem planícies onde brilha o sol da liberdade em raios fúlgidos’ vai discorrendo o vídeo, com texto e imagens que demonstram a diversidade de riquezas e belezas dos três arcos de fronteiras do Brasil. Com a poesia, a produção vai descortinando cenários desde a selva amazônica até os pampas gaúchos.
Assista o vídeo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1Q56pkDwxXI
“No Rio Grande do Sul, a vitivinicultura tem exercido importante papel de desenvolvimento econômico e social das fronteiras com o Uruguai e Argentina, decorrentes de investimentos realizados na implantação de vinhedos e vinícolas, transformadoras da uva em vinho. Atualmente, mais de duas dezenas delas iniciaram atividade naquela região”, destaca o diretor executivo da Miolo Wine Group, Danilo Cavagni, ao tomar conhecimento do vídeo. A vitivinicultura aparece em imagens de cachos de uvas e o brinde em taças, ilustrando o texto ‘Cabem cachos de amor e de esperança. Salve! Salve!’.
Como resultado da evolução do setor, surgiram vinhos e espumantes com tipicidade e personalidade próprias, estabelecendo diferentes terroirs e ampliando a diversidade dos produtos brasileiros, continua o executivo. Além da vitivinicultura, a região fronteiriça mais ao Sul do Brasil já pode ser caracterizada pela diversidade de línguas, música, dança e gastronomia, resultado do convívio das diferentes culturas. Uma marca já expressa no fluxo turístico local, com a ampliação da malha de prestação de serviços e hotelaria, como alternativa à agricultura e pecuária. Uma realidade, continua Cavagni, que serve ao propósito de distribuir riqueza, gerar impostos e provocar a benéfica interiorização dos recursos e desenvolvimento humano que os brasileiros tanto precisam.
“A implantação do itinerário denominado ‘Trem do Pampa’ na cidade de Santana do Livramento, será uma nova atração, bem como os hotéis com águas termais que estão sendo construídos, reforçando a vocação de receptividade do povo da fronteira”, afirma o diretor, enfatizando os investimentos da Miolo na região. Na esteira do desenvolvimento regional, os investimentos promovem a renovação fronteiriça, mudando o perfil marcado pelo contrabando e descaminho para uma região de próspero desenvolvimento.
O diretor geral da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, também se manifestou ao tomar conhecimento do vídeo destacando as potencialidades das fronteiras brasileiras. “A Itaipu Binacional é um claro exemplo de como devem funcionar as fronteiras, com integração e cooperação entre povos. Foi assim que surgiu a usina que mais gera energia no mundo, sinônimo de desenvolvimento do Brasil e do Paraguai e da abertura de mais oportunidades para a população”, declarou o general. No caso da usina, o vídeo faz referência a ‘energia para iluminar o sol do novo mundo’.
Coordenador do Programa de Proteção Integrado de Fronteiras (PPIF), o Major Brigadeiro do Ar, Ary Soares Mesquita, fez referência ao privilégio e desafios contidos na extensão de 16,8 mil quilômetros de fronteira terrestre e 7,5 mil quilômetros de fronteiras marítimas do País. E destacou a missão de assegurar os interesses nacionais nesses espaços, onde ações são adotadas nas três esferas de governo, entre elas o PPIF. “Pensar em ações de segurança, sempre emolduradas nos conceitos de desenvolvimento e integração, é o trabalho deste grupo. Assim, aliados ao indispensável envolvimento da sociedade e da contribuição efetiva do meio acadêmico, não tenho dúvidas de que resultados promissores serão sempre alcançados”, destacou.
A função de integrar das linhas fronteiriças foi destacada pelo Juiz Federal em Foz do Iguaçu, Rony Ferreira. O magistrado referenciou o investimento em políticas públicas específicas para cidades de fronteira para, por meio do desenvolvimento, retirar da informalidade pessoas que muitas vezes se desviam da lei por falta de oportunidades. “Fronteira não é cordão de isolamento que divide nações. Não é fim. Não é barreira. É marco geográfico por onde começa a integração de dois povos. O fortalecimento econômico das cidades de fronteira é fundamental para o Brasil. Um eficaz remédio para a manutenção da soberania nacional, mas também para o bom relacionamento com países vizinhos.”
O vídeo encerra com a alusão de o pedaço de chão das fronteiras brasileiras abrigar ‘um povo heroico, que anseia em tornar ainda mais próspero este país, gigante pela própria natureza’. Para o presidente do IDESF, Luciano Barros, a produção teve objetivo de reforçar potencialidades fronteiriças que muitas vezes ficam em segundo plano, mas que guardam uma força ainda inexplorada pelo País. “Nosso futuro e nosso presente espelha essa grandeza contida nas fronteiras e esperamos que ela se traduza na realidade da nação que queremos construir”, destacou Barros.
Pela sua originalidade e abrangência, o vídeo suscitou avaliação de diversas lideranças, pesquisadores e formadores de opinião:
“A fronteira nasce da convergência entre o nacional e o internacional. A diversidade de povos, culturas e identidades é a maior riqueza da fronteira. Afinal, é nessa convergência onde se encontra uma terra de oportunidades com inúmeros tesouros, belezas e recompensas para os que aceitam o desafio de trabalhar arduamente na construção de um futuro melhor.”
Dr. Tomaz Espósito Neto – professor da Universidade federal da Grande Dourados (UFGD)
“A fronteira do Brasil é uma região plural, abrange desde a Amazônia, ao norte, passando pelo Pantanal, ao centro e o Pampa ao sul. Abriga um enorme potencial econômico (minérios, agropecuária, turismo, hidroeletricidade, etc.), mas é extremamente desconhecida da maioria dos brasileiros. Cenário que tende a mudar com a atuação do Idesf, um dos mais importantes centros de pesquisa sobre a fronteira brasileira.”
Dr. Camilo Pereira Carneiro – Pesquisador do Lafront (Laboratório de Pesquisa em Fronteiras, Estado e Relações)
“Dos maciços das montanhas do Tumucumaque e Roraima, passando pelas calhas sinuosas dos rios da cabeça do cachorro ou as águas barrentas do rio Solimões, as fronteiras do arco norte são pontilhadas de aldeias, vilas e cidades envoltas por uma das maiores biodiversidade do planeta. Uma imensidão de possibilidades de desenvolvimento sustentável, de pesquisas em biotecnologia, de turismo na maior floresta equatorial do planeta está latente nestas fronteiras e merece ser conhecida e apoiada.”
Dr. Tássio Franchi – Professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
“Pensar fronteiras é pensar estrategicamente o Brasil. Ali é onde o País começa, onde vivem e produzem milhões de brasileiros e onde temos o primeiro e mais estreito contato com nossos vizinhos. Assim, o desenvolvimento e a segurança das fronteiras são imprescindíveis para o desenvolvimento e a segurança do Brasil. Toda nação que busque um protagonismo no cenário internacional deve estar atenta a suas fronteiras, as quais precisam ser percebidas como um espaço de ordem e progresso.”
Joanisval Brito Gonçalves – Consultor Legislativo do Senado Federal
Rosane Amadori – Comunicação IDESF / (45)99101-1045