Site do IDESF passa a oferecer boletim semanal com análise geopolítica global

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Foto: Comandante Mattos na Antártica (acervo pessoal)

Análise das mais recentes ocorrências em âmbito internacional, sob o viés do olhar crítico de quem conhece de perto a realidade de vários países e pode apontar diferentes repercussões dos fatos.  Essa é a proposta do podcast ConexãoGEO que o site do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras passa a reproduzir semanalmente.

O conteúdo é assinado pelo comandante Leonardo Mattos, agora também professor da Pós-Graduação em Gestão, Estratégia e Planejamento em Fronteiras (IDESF), e contempla uma vasta experiência internacional na Marinha do Brasil. ( http://www.idesf.org.br/2020/04/17/conexao-geo76/)

O boletim em áudio passou a ser produzido em novembro de 2018, por sugestão dos alunos da Escola de Guerra Naval, onde Mattos é professor de pós-graduação em Geopolítica. O convite para ministrar aulas para oficiais da Marinha veio depois da decisão de encerrar a exitosa carreira na Marinha e fixar residência no Rio de Janeiro, encerrando uma trajetória que lhe permitiu não só morar no exterior diversas vezes como conhecer muitos 34 países, além do continente Antártico.

O ConexãoGeo surgiu porque os alunos egressos não queriam perder o vínculo e a análise crítica do professor ao deixar a Escola. O formato de aproximadamente 20 minutos foi pensado de modo que o conteúdo pudesse ser consumido no trânsito. “O tempo é muito valioso, a humanidade não conseguiu mexer no dia de 24 horas e a quantidade de estímulos que recebemos muito grande”, contemporiza o agora comunicador Mattos.

Disponibilizado toda sexta-feira pela manhã, o boletim foi oferecido inicialmente no Youtube e Spotify e agora também está disponível no Twitter, Intagran e Facebook. O conteúdo contempla a avaliação das ocorrências internacionais da semana a partir da perspectiva globalizada. “O nome reflete os objetivos propostos: geopolítica e conexão de mundo”, explica Mattos.

Os comentários abordam os eventos mais importantes do cenário internacional. “Fujo da política interna, porque gera muita polêmica”, adianta. Mas mesmo na atualização global, não há polaridades nas análises. “Não faço posicionamentos ideológicos”, completa, reforçando que o convívio da carreira militar com diferentes realidades contribuiu para adoção da perspectiva globalizada.

Na Marinha desde os 15 anos, quando entrou para cursar o ensino médio, o professor conheceu boa parte das américas e da  Europa. “A Marinha é a força armada que mais tem contato com outros países”. Na experiência como comandante, Mattos recebeu navios comprados no estrangeiro, primeiro nos EUA e depois Inglaterra. Na sequência, tornou-se oficial de ligação da Marinha do Brasil com os EUA, quando fez treinamentos, exercícios e contatos com marinheiros de vários países. “Tive oportunidade de desenvolver o olhar mais abrangente de mundo e sempre gostei de estudar história e geografia”, relaciona.

Em 2011, considerou o momento oportuno para a reserva e então veio a oportunidade de ser professor de pós-graduação da Escola de Guerra Naval. “Por trabalhar no exterior, me sentia motivado em passar a perspectiva teórica junto com a prática, associar a teoria e a vivência. Quando falo para os alunos, falo da experiência pessoal, mostro conhecimentos que utilizei em várias situações profissionais. É um diferencial em relação ao saber teórico”, avalia.

Entre as realidades conhecidas de perto, Mattos é especialista em uma faceta da atuação nacional que poucos brasileiros conhecem: as pesquisas na Antártica. O comandante foi fonte da matéria da Rede Globo realizada ano passado, mostrando a reestruturação da estação de pesquisas brasileira no continente gelado.

Na visão globalizada, a consideração sobre as fronteiras também ganha outra conotação. “O conceito da fronteira é muito dinâmico, vejo como algo mais amplo. Por exemplo, um navio levando carga pra China ou no litoral do Líbano, também é fronteira”, relaciona.

O viés é pano de fundo para o conteúdo do podcast, esta semana chegando a seu 77ª boletim, com média de 1,2 mil ouvintes por edição. “Não tenho preocupação em fazer propaganda, porque o objetivo é complementar o aprofundamento dos alunos, a partir de uma demanda por informação de credibilidade em tempos de tantas fake news”, relata o comandante, recusando, por enquanto, sugestões de produzir vídeos para ampliar o alcance. “O áudio é prático e possibilita a postagem em situações inusitadas que fazem parte da minha rotina como em eventos, no aeroporto ou mesmo nas férias, o que me permitiu desde o início a postagem semanal ininterrupta”, justifica.

Sobre estar na linha de frente em canais de comunicação, janelas abertas para o mundo, o comandante credita sua motivação ao senso de utilidade das informações que compartilha, tanto para ampliar o conhecimento, quanto para consolidar o conceito de sociedade global. “Como ser humano, acredito muito na integração dos povos. Nosso mundo tem problemas globais demais pra ficarmos dentro da uma cidadela”, sintetiza.

Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), fundada com objetivo de criar mecanismos para promoção da igualdade e da integração entre as regiões de fronteira, para o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e para o combate aos problemas próprios destas regiões, por meio de estudos, ações e projetos e através de parcerias públicas e privadas.

Texto: Rosane Amadori / Assessoria de Comunicação IDESF

Fotos: Acervo pessoal

 

Artigo do Comandante Leonardo Mattos, sobre o tema “O Brasil na Antártica”, publicado na revista do Clube Naval.

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