A morte atua nas fronteiras

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É triste ter de informar isso, até porque sou ardoroso do cadinho cultural que representam as fronteiras, sua miscelânea contagiante. Mas é nelas que os homicídios mais proliferam, no Brasil. A constatação é de um estudo que está sendo divulgado hoje pelo Instituto de Desenvolvimento Social e Econômico das Fronteiras (Idesf), entidade insuspeita por se dedicar a promover o crescimento econômico dessas regiões. O levantamento abrange as 30 cidades-gêmeas que o Brasil mantém com localidades de países vizinhos. Nesses locais, a média é de 36,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes, bem superior à brasileira, de 29,0 homicídios por 100 mil habitantes. E bem acima do Rio Grande do Sul, com taxa de 21,9.

Os números são de 2012, e o assunto será tratado nesta semana num seminário em Foz do Iguaçu (PR). Alguns casos são absurdos, como o de Coronel Sapucaia, pequena localidade do Mato Grosso do Sul, fronteiriça com a paraguaia Capitán Bado. Lá, a taxa é de 112,5 assassinatos por 100 mil habitantes. É onde morou Fernandinho Beira-Mar quando fugiu do Rio, no início da década de 2000. Pois esse índice é superior ao do país mais violento do mundo, Honduras, que tem taxa de 91 homicídios por 100 mil habitantes (segundo a Organização Mundial de Saúde).

Para quem pensa que as metrópoles brasileiras são piores, aí vai a realidade: o Rio de Janeiro exibe atualmente taxa de 18,8 homicídios por 100 mil habitantes. São Paulo, de 15,3.

O consolo – se é que é possível algo assim – vai para os gaúchos. Das 10 cidades do Rio Grande do Sul mencionadas no estudo, a maioria tem taxas de homicídios inferiores a 10 por 100 mil habitantes. Em algumas o indicador foi zero. A mais alta registrada foi 21,8, em Quaraí – talvez por um ano excepcional em termos de mortes.

E qual é a causa? Uma constatação é que fronteiras propiciam a fuga no Exterior aos assassinos, o que dificulta a elucidação de casos e, mais ainda, a captura dos suspeitos de todos os tipos de crime.

As cidades-gêmeas também têm vida efervescente, muitos negócios e, embutidos neles, acertos de conta. Mais uma razão para o reforço de policiamento nessas regiões.

Fonte: clicrbs.com.br

http://policiadefronteira.blogspot.com.br/2014/10/a-morte-atua-nas-fronteiras.html

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