Espécies nativas, povos tradicionais, pesquisa e preservação na região amazônica. A Pesquisadora e Chefe da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt, fala sobre a produção agropecuária da região, com destaque para o café e a castanheira, bioeconomia e as pesquisas atuais realizadas pela Embrapa e pelas universidades.
Em relação às pesquisas sobre a genética da castanheira, Lucia comenta que os estudos começaram há 20 anos. A maior parte da castanha-do-brasil produzida no país vem de florestas nativas da região amazônica e o trabalho é feito principalmente por ribeirinhos, agricultores familiares e povos indígenas, ou seja, o manejo está diretamente vinculado ao conhecimento e à cultura das populações tradicionais e dos agricultores familiares da Amazônia. “Começamos a estudar para entender a variabilidade e como a castanha se espalhou na Amazônia como um todo. O objetivo da pesquisa é compreender como esta espécie está distribuída geneticamente e quais áreas mais críticas para conservação. Outro objetivo é achar marcadores que estejam ligados com produtividade, para melhorar a produção e a genética trará um ganho muito grande em termos de tempo no melhoramento genético. Com a biotecnologia, conseguimos fazer isso num intervalo de tempo menor”.
O trabalho conjunto, realizado por pesquisadores e extrativistas, também foi abordado durante a entrevista: “Pesquisadores, junto com as comunidades, precisam entender todo esse ambiente. Os conhecimentos se complementam. O conhecimento tradicional é muito importante e algumas falas dos extrativistas podem até não ter sentido biológico, mas dão dicas para você entender o porquê daquele evento que você viu. Precisamos conhecer, estudar e se quisermos aproveitar da tecnologia, temos que unir o conhecimento acadêmico, a tecnologia e o conhecimento do ponto de vista de quem vive na floresta. O extrativista vê o todo”.
A entrevista está disponível no canal do Youtube e no Spotify do IDESF. Para assistir, é só clicar na imagem abaixo.